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Por que a tecnologia pode tornar os animais obsoletos

Por Rob Leclerc*

Carros substituíram cavalos, petróleo substituiu baleias, tratores substituíram bois, telecomunicações substituíram pombos-correio, fermentação substituiu vacas e porcos para a produção de insulina. E, apesar de suas muitas deficiências, o plástico continua a ganhar participação de mercado no couro. Onde quer que olhemos, os humanos construíram constantemente tecnologias que superam seus predecessores animais. A comida pode ser a próxima.

Em todo o mundo, os empresários estão reinventando a forma como fabricamos produtos tradicionalmente derivados de animais. Aplicando as mais recentes tecnologias da biotecnologia, engenharia de tecidos, inteligência artificial e ciência de alimentos, os empreendedores estão tentando criar novos produtos sem animais, que são mais baratos, mais saudáveis, mais saborosos e mais sustentáveis. Mesmo se obtiverem sucesso moderado, terão a oportunidade de capturar uma parte significativa do mercado de proteínas animais, estimado em 1,5 trilhão de dólares [1]. As oportunidades não são muito maiores que isso. Como capitalistas de risco, isso é difícil de ignorar.

O mundo está prestes a mudar muito rapidamente. Como capitalistas de risco, nosso trabalho é identificar tecnologias que serão adotadas pelo futuro e depois apostar nesse futuro.

Recentemente anunciamos o próximo fundo alternativo de proteínas da AgFunder. Esse fundo investirá em alternativas de proteína animal, incluindo alternativas baseadas em plantas, agricultura celular e tecnologias de picaretas e pás necessárias para habilitar esse setor emergente. O principal insight que impulsionou nossa tese de investimento é que, há milhares de anos, os animais são empregados como tecnologia para fornecer produtos e serviços valiosos, incluindo transporte, comunicações, energia, mão de obra, roupas, remédios e, claro, alimentos. Mas a história mostrou que os animais não são necessariamente os melhores meios para esses produtos e serviços finais. O mercado exige, mas mostra pouca fidelidade ao seu modo de produção. E, assim, quando novas tecnologias são melhores e mais baratas, os mercados tendem a mudar. E mudam rápido. Assim como o frango substituiu a carne bovina como uma proteína básica, por ser mais barata e percebida como uma alternativa mais saudável, grandes áreas da indústria de carnes de commodities correm o mesmo risco de substituição. A história da tecnologia nos ensina que esse resultado raramente é evitável.

Leia o artigo na íntegra no site da revista Plant Project

*Rob Leclerc é sócio-fundador da plataforma AgFunder, referência global em investimento AgTech. Artigo publicado originalmente no site AgFunder News