Pivôs iluminados podem estabelecer uma nova perspectiva de produção de alimentos
Por André Sollitto
Nas fazendas verticais, montadas em ambientes fechados, a iluminação artificial dá o tom futurista. De cor rosada, toma conta das prateleiras de alta tecnologia em que cada detalhe é controlado para garantir o crescimento de legumes, verduras e hortaliças. Bem diferente do que acontece no campo, onde o sol tem papel indispensável. Ou, talvez, nem tanto. A mesma tecnologia que permitiu o avanço das startups de agricultura indoor promete, agora, iluminar as noites em lavouras a céu aberto, estabelecendo uma nova perspectiva de produção para algumas regiões do planeta. A ideia germinou em uma empresa brasileira, que criou o primeiro pivô de irrigação iluminado do mundo.
Para o produtor mineiro Gustavo Grossi, a próxima fronteira a ser conquistada pela agricultura é a noite. E os resultados apresentados até agora oferecem uma perspectiva bastante promissora. A tecnologia, batizada de Irriluce, foi desenvolvida por ele a partir de um estudo da produção em outros países. “Observando a latitude de outras regiões, percebi uma produtividade maior por causa da incidência de luz. É o caso dos Estados Unidos e do Egito, com seu algodão”, afirma ele, em entrevista à revista PLANT Project. Outros fatores que afetam a produção, como a nutrição das plantas, a genética e os cuidados com o solo, já haviam sido explorados. Mas a luminosidade nunca havia sido tema de estudos fora de ambientes controlados. “Fizemos diversas pesquisas na internet e não encontramos nada sobre o assunto. Foi muito difícil chegar ao pouco de conhecimento que obtivemos”, conta o produtor. Hoje, após quase cinco anos trabalhando sem fazer alarde, Grossi já conta com o apoio de 28 profissionais de sete universidades do País.
Os resultados obtidos mostram o tamanho da descoberta da equipe. Em uma propriedade no município de Monte Carmelo, em Minas Gerais, a tecnologia foi aplicada em culturas de milho e soja. Na soja, a produtividade aumentou até 65% em sacas por hectare com apenas 20 dias de aplicação. A suplementação luminosa foi feita durante o período noturno, ampliando o fotoperíodo das plantas, e em dias de baixa luminosidade, e apenas por determinados períodos, à medida que o pivô se move em cada talhão.
Leia a reportagem completa no site da revista Plant Project