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AB InBev fecha parceria com startup para produzir cerveja de maneira sustentável

Cervejaria vai usar a tecnologia de edição genética da agtech Benson Hill

Com o objetivo de otimizar a produção de cevada, tornando-a mais sustentável, a Anheuser-Busch InBev, a maior cervejaria do mundo, firmou uma parceria com a startup americana Benson Hill, especializada em edição genética e descobertas genéticas.

Estudos mostram que a cevada é suscetível a calor extremo e períodos de seca. Com as mudanças climáticas torna-se necessário desenvolver variedades capazes de suportar essas variações de tempo, e capazes de crescer com uso reduzido de água e de outros recursos naturais.

Isso será feito aliando técnicas tradicionais aliadas à tecnologia CropOS desenvolvida pela Benson Hill. O sistema utiliza inteligência artificial para colher e analisar resultados após cada teste de campo, acelerando a capacidade de identificar as variedades mais promissoras e prever resultados de novos testes. Usando esse sistema e suas técnicas de edição genética, a startup espera apresentar novas variedades de cevada em breve.

A parceria integra o programa SmartBarley, parte do Plano de Sustentabilidade 2025 da InBev. Usando tecnologia, a plataforma acompanha as melhores práticas de sua rede global formada por mais de cinco mil produtores. Os resultados são compartilhados entre todos. A empresa identificou, por exemplo, que produtores mexicanos usavam muito fertilizante, aumentando os custos da operação e reduzindo a qualidade da cevada. A partir deste insight, começou a trabalhar com soluções, mostrando como otimizar o uso de nitrogênio na lavoura.

A Benson Hill surgiu em 2013 e desde cedo chamou a atenção dos investidores ao utilizar uma plataforma que permitia aos pesquisadores analisar genes e características específicas das plantas, reduzindo a necessidade de testes em larga escala. Na rodada de investimentos de série A, captou US$ 7,3 milhões. Obteve mais US$ 25 milhões na rodada série B, e outros US$ 60 milhões na terceira rodada, em setembro de 2018, com grande investimento da GV (antes conhecida como Google Ventures). A captação aconteceu menos de um ano depois que a startup lançou o CRISPR 3.0, sua nova ferramenta de edição genética.