Agronow capta R$ 4 milhões e planeja expansão
Maior parte do investimento foi feito pelo banco BTG Pactual
A Agronow, criadora de um sistema online de monitoramento de lavouras, é uma das principais agtechs brasileiras em atividade. Ela acabou de captar R$ 4 milhões, tendo o banco BTG Pactual como principal investidor, e pretende expandir sua atuação tanto dentro do Brasil quanto fora dele.
Atualmente, a ferramenta da empresa usa imagens de satélite e um algoritmo próprio para medir a produtividade de áreas agrícolas. Com o aporte, a Agronow já definiu algumas metas. Uma nova versão do aplicativo, com interface repaginada, deve ser lançada em breve. A startup também prevê uma consolidação no mercado nacional. “Primeiro, vamos focar no Brasil. Claro, há muito potencial lá fora, mas o nosso país tem um mercado muito grande”, diz Rafael Coelho, CEO da Agronow. A expansão, no entanto, faz parte dos planos e a startup já está de olho na Argentina e no México. E a startup quer se tornar uma “agfintech”, criando um índice Agronow de produtividade a partir de análises macrorregionais, internacionais e de processos de crédito.
Além do BTG Pactual e da Ace, hub de inovação que trabalha com o banco no programa BoostLab, a Agronow passa a contar com outros parceiros, incluindo Miguel e Antonio Prado, investidores-anjo e sócios da Almecegas Participações, além de produtores de soja, algodão, cacau e tabaco na Bahia; e Celso Fugolin, sócio da consultoria Weplace. “São parceiros muito fortes, que estão há muitos anos no mercado”, diz Rafael.
A Agronow passou pelo programa BoostLab, criado pelo BTG Pactual. Diferente de uma aceleração tradicional, o objetivo do projeto é oferecer mentoria e colocar as startups em contato com investidores e a equipe do próprio banco. O foco é em empresas em estágio mais avançado, com um produto já viabilizado. O programa está com inscrições abertas para a próxima turma.
Além da Agronow, o BTG investiu em outras duas startups que fizeram parte do Boostlab: Digesto, que reúne informações sobre processos jurídicos no país, e a Finpass, que oferece um sistema semelhante a uma bolsa de crédito para empresas de porte médio e pequeno. No total, foram pouco menos de R$ 10 milhões de recursos próprios divididos entre as três. Os valores individuais não foram divulgados. O principal critério usado para escolher as empresas que receberam aportes é a aderência das tecnologias das startups às atividades do Grupo BTG. “O monitoramento de áreas através de satélites tem nos ajudado na área de crédito, na trading de commodities, na seguradora e até mesmo na recuperação de créditos inadimplentes, por meio da análise das garantias do devedor”, afirma Frederico Pompeu, sócio do BTG Pactual responsável pelo BoostLab, sobre o Agronow.