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Antonio Moreira Salles e Julio Benett comandam um fundo de investimento único no ecossistema agtech

Por Luiz Fernando Sá

A startup Gaivota é um caso quase que único no ecossistema de inovação para o agronegócio. Enquanto a maioria das jovens companhias tenta a todo custo se fazer notar, seus sócios trabalham de forma quase sigilosa em sistemas de digitalização de processos relacionados à agropecuária, como automação para fazendas de gado leiteiro. Já possui clientes, mas não se apresentou ao mercado, não tem sequer site ou informações em redes sociais. Recebeu aporte (valor não revelado) de investidores, que não se importam com a discrição e não têm pressa de colher resultados. 

É o cenário dos sonhos de qualquer empreendedor. Ainda mais quando se sabe que por trás desse investimento está um dos sobrenomes mais ilustres do mercado financeiro no Brasil. “A nossa base da capital é bem paciente, sem pressão”, afirma à PLANT Antonio Moreira Salles, sócio da Mandi Ventures, o fundo que fez a aposta na quase desconhecida Gaivota. Pelo menos para os outros. O herdeiro da família fundadora do Unibanco e acionista do Itaú – seu pai é Pedro Moreira Salles, atual presidente do Conselho de Administração, e o avô foi Walther Moreira Salles, um dos mais respeitados banqueiros do País.  

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O jovem Moreira Salles segue, assim, uma versão agtech da saga da dinastia. A fortuna de seu bisavô, João Moreira Salles, o fundador do Unibanco, foi erguida a partir do café. Primeiro, no início do século 20, na compra e venda dos grãos no interior de São Paulo e Minas. Depois, ele passou a oferecer crédito aos cafeicultores, que o pagavam, em parte, com a produção. Depois, passou a comandar algumas das maiores operações de cafeicultura do mundo. Entre os anos 1950 e 1960, com os filhos já comandando os negócios financeiros do grupo, o patriarca dedicou-se à expansão dos cafezais por áreas de terra roxa no Noroeste do Paraná. Também foi sócio dos Rockefeller, mítico clã de banqueiros americanos, na exportação de café e em fazendas de pecuária na região do Pantanal.  A Cambuhy, holding que administra os investimentos de Pedro Moreira Salles, tem esse nome em referência a uma grande fazenda da família na região de Matão (SP), uma das últimas remanescentes do império agrícola.

Leia a reportagem completa no site da revista Plant Project