Conheça a Fishtag, startup que conecta produtores e compradores de pescado
Empresa recebeu aporte de R$ 1,8 milhão e vai expandir suas operações
Antes de criar a startup Fishtag, com o objetivo de aproximar produtores e compradores de pescado, a empreendedora Barbara Granek trabalhou com consultoria estratégica. “Aprendi a analisar indústrias e identificar problemas e soluções”, conta ela. Quando assumiu o desafio de tocar a empresa de pescado da família, de cara percebeu que havia muita coisa a ser feita. “Identifiquei 1001 possibilidades”, conta ela. Foi essa experiência que serviu de base para a startup.
Barbara conta que a cadeia de valor do setor é muito inchada. Entre os produtores e os restaurantes que compram o pescado há inúmeros intermediários. Os produtores arcam com as despesas para colocar o barco no mar – que chegam a US$ 100 mil – e demoram para receber. Além disso, as informações de rastreabilidade, captados há pelo menos 10 anos, simplesmente não chegam aos consumidores e restaurantes.
Foi nesse contexto que ela criou a Fishtag, há pouco menos de um ano. O conceito da startup foi estabelecido sobre quatro pilares. O primeiro é o marketplace, “o braço digital para que os produtores tenham opção de chegar a outros clientes, e os restaurantes, a outros peixes”, diz ela. O segundo é a logística, que busca o pescado dos produtores e entrega diretamente para os clientes. O terceiro é a qualidade, e aqui entra a preocupação com os dados de rastreabilidade. “A plataforma funciona como uma ‘curadoria’ de peixes”, conta ela. A Fishtag garante que a pescaria foi feita de forma legal, e garante a qualidade e a segurança com seus parceiros logísticos. Por fim, há um pilar dedicado a pagamentos.
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Até agora, praticamente toda a divulgação da solução foi feita boca a boca. Barbara conta que logo no período de testes ela começou a receber pedidos. “Tive que mudar a landing page do site para receber pré-cadastros de restaurantes interessados”. Desde janeiro, a Fishtag já vendeu 12 toneladas de peixe e tem pouco mais de R$ 1 milhão de receita anual. Boa parte disso foi feito com recursos próprios. A empresa já conta com 40 clientes e um ticket médio alto, de R$ 3,5 mil. O modelo de negócios prevê a cobrança de uma taxa sobre cada negociação.
Em novembro, a empresa recebeu um aporte de R$ 1,8 milhão. A rodada de investimento foi liderada pelo GVAngels, grupo de investidores-anjo formado por ex-alunos da FGV, com participação de Anjos do Brasil, Insead Angels e MIT Alumni Angels. Os recursos serão usados para dar maior robustez às tecnologias da plataforma. “Queremos também crescer o time. Atualmente temos cinco pessoas”, diz Barbara.