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Demanda por drones para agricultura cresce na China

Com menos mão de obra em áreas rurais, produtores recorrem a pilotos experientes

A China possui hoje cerca de 287 milhões de trabalhadores migrantes, número equivalente à população da Alemanha, França e Inglaterra, que deixam suas casas nas regiões rurais mais afastadas para buscar trabalho em grandes centros urbanos. Com isso, a agricultura sofre com falta de mão de obra. Produtores idosos alugam ou vendem suas terras para grandes companhias, que contratam frotas de drones para realizar diversas atividades. E a demanda por pilotos experientes está crescendo.

O site Inkstone conta a história de Zhu Beibei, que começou a carreira trabalhando em uma fábrica de carros, fazendo horas extras e ganhando o equivalente a US$ 134 dólares por mês. Aproveitando uma oportunidade, fez um curso de pilotagem de drones e passou a atender produtores rurais, aplicando pesticidas e cobrindo áreas muito maiores do que um grupo de humanos poderia conseguir. Hoje, tem sua própria empresa com 30 máquinas e ganha US$ 45 mil por ano.

As empresas que fabricam drones estão aproveitando a demanda. A DJI, de Shenzhen, responsável por 70% do mercado comercial de veículos aéreos não tripulados, passou a dedicar sua produção exclusivamente para modelos voltados à agricultura. Hoje, o setor agrícola representa mais da metade desse mercado – avaliado em US$ 9 bilhões.

De acordo com especialistas, esse é mais um exemplo das novas profissões que têm surgido com a modernização da China. Oferecem salários melhores, respeito e maior liberdade aos profissionais jovens, que não querem mais trabalhar em fábricas em turnos entediantes produzindo iPhones. O mesmo tem acontecido com os aplicativos semelhantes ao Uber e aos serviços de delivery.