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Drones, satélites e GPS nas fazendas: nunca mais veremos o campo da mesma maneira

Drones, satélites e GPS nas fazendas vão transformar de maneira definitiva o modo atual de fazer agricultura – e a maneira como enxergamos o campo.

Por Daniel Vieira, de Piracicaba

A inovação tecnológica tem influenciado e facilitado nossas vidas de uma maneira geral. E diversos setores da economia foram ou estão sendo completamente transformados por essa evolução. A indústria automobilística e de entretenimento são dois exemplos claros.

Agora, o agronegócio vive esse processo de forma acelerada. Os avanços mais recentes ligados à automação, ao aperfeiçoamento das imagens por satélite e à popularização de drones vão transformar de maneira definitiva o modo atual de fazer agricultura – e a maneira como enxergamos o campo.

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Confira abaixo alguns exemplos de como essas tecnologias estão modificando as lavouras.

Drones:

Os drones representam uma das principais tendências de utilização da tecnologia na agricultura.  A possibilidade de poder controlar a propriedade em tempo real de maneira relativamente barata nunca foi tão palpável. Um dos caminhos mais interessantes para o uso desses equipamentos é a integração de câmeras digitais poderosas equipadas com sensores para diferentes espectros de onda, como infravermelho ou ultravioleta. Esses materiais permitem identificar, entre outras coisas, reboleiras de plantas daninha e a incidência de doenças na lavoura.

Outra possibilidade é o uso para automação da propriedade. Eles podem ser usados, por exemplo, para aplicação de defensivos agrícolas. Já existe uma alemã, a AeroDrone, que está realizando pesquisas com a automação de drones com essa finalidade. A capacidade de aplicação é de até 400 ha em um dia.

Satélites:

Antigamente, para obtenção de fotos aéreas de uma propriedade, era necessário montar uma operação sofisticada. Seria preciso alugar um avião, contar com uma máquina fotográfica específica, sobrevoar a propriedade e esperar alguns meses para conhecer o resultado. Atualmente, tudo isso foi simplificado: é possível acessar imagens coletadas por satélite por meio de um computador conectado à internet.

A captura gratuita de imagens de satélite – ou a preços acessíveis – trouxe muitos benefícios à agricultura, como facilitar o acesso à informação por um número maior de produtores. Hoje é possível que o produtor tenha todo o visual de sua propriedade. Com o uso de algumas técnicas específicas, ele obtém mapas de declividade, curvas de nível entre outras informações.

GPS:

Desenvolvido inicialmente para fins militares, esse sistema hoje representa uma grande avanço para a agricultura no mundo todo. Graças ao GPS (Global Position System), pode-se trabalhar em campos agrícolas com precisão cirúrgica. Já é comum que maquinário contar com um sistema embarcado capaz de realizar atividades 100% autônomas – o motorista, nesses cases, tem a função apenas de ficar por perto e verificar se está tudo correndo bem.

No mercado de grãos e cana de açúcar, por exemplo, já é realizado o plantio georreferenciado, que possui um ponto para cada planta no campo. No momento da colheita, a máquina já “sabe” exatamente onde ela precisa ir.

Como essa tecnologia também é possível criar mapas de produção, em que se associam os dados de colheita num determinado momento com um determinado ponto no espaço. Esses dados já são possíveis de serem produzidos pela colhedora, e por meio de um software podemos converter a informação em mapas que mostrem onde foram obtidas melhores ou piores marcas de colheita.

Vale dizer que foi a tecnologia de posicionamento por satélite que possibilitou a criação de protótipos, como o do trator autônomo da CASE, o IH Autonomous Concept. O projeto dispensa completamente a cabine do motorista e opera 100% de maneira autônoma.