Em parceria com a startup Arabyka, Syngenta usa blockchain para rastrear café
Primeiro carregamento foi enviado à Polônia; com a ferramenta, consumidores saberão o que acontece em cada etapa da produção
Uma parceria entre a Syngenta, por meio de sua plataforma Nucoffee, e a startup Arabyka, de Londrina, enviou o primeiro carregamento de café, com destino a Polônia, usando a tecnologia de blockchain para rastrear os grãos exportados. Foram 36 sacas, originárias do Cerrado mineiro, negociadas pela trader da Nucoffee, a Nutrade. “A quantidade é pequena, mas o que importa é o feito. É a primeira carga de café rastreada do Brasil”, afirma George Hiraiwa, fomentador agtech e cofundador da Arabyka.
Neste primeiro momento, o foco será no torrefador. A Syngenta já possui uma ferramenta de rastreabilidade com mais de duas mil fazendas cadastradas, mas as informações paravam no torrefador, que não preenchia os dados no sistema. Agora, o novo sistema foi aprimorado e cada etapa ficará registrada. “A proposta, a médio prazo, é implementar a validação em todos os elos da cadeia”, afirma Juan Gimenes, gerente de marketing da Nucoffee, em comunicado à imprensa. Eventualmente, o consumidor saberá exatamente o que aconteceu em cada etapa.
Cada lote de café rastreado pela Nucoffee terá um código. Os grãos utilizados serão aqueles com pontuação mais alta, que passam por um processo de fermentação específico para intensificar o aroma. Na parceria com a startup Arabyka, cada saca já sai com um QR Code que poderá ser lido pelo consumidor com um smartphone. A empresa, com sede em Londrina, cidade com um ecossistema agtech em rápido desenvolvimento, conta com profissionais de tecnologia da informação e comunicação que dominam blockchain e agrônomos com profundo conhecimento de toda a cadeia da cafeicultura, segundo Hiraiwa. “Para nós é um baita orgulho. Na nossa consciência, queremos trabalhar para a cafeicultura e agregar valor ao produtor do Brasil”, diz ele.
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O Blockchain garante uma informação de confiança porque os dados não podem ser alterados e são armazenados de maneira descentralizada. A tecnologia oferece total transparência e vem sendo usada para que elos da cadeia façam negócios com mais segurança e consumidores saibam exatamente o que estão levando.
Existem outras iniciativas semelhantes sendo realizadas pelo mundo. Em setembro, mostramos aqui no StartAgro como uma startup americana fechou uma parceria para oferecer sua solução de blockchain à fragmentada cadeia de produção de café em Honduras. O país é o sexto maior produtor do grão no mundo, mas sofre com falta de confiança de bancos e queda nos investimentos. E o blockchain não é usado apenas no café. Há algum tempo, falamos de como a churrascaria Fogo de Chão se tornou a primeira churrascaria a adotar a ferramenta em sua cadeia.