“Há mais tecnologia numa semente do que num computador”, diz Mateus Mondin, da ESALQTec; entenda por quê
O professor Mateus Mondin, da incubadora ESALQTEC, explica qual a função da tecnologia no sofisticado sistema de produção de alimentos
Por Clayton Melo, de Piracicaba
Vídeo: Daniel A. Rubio
Imagine um prato de comida. Pode ser o da sua refeição de ontem ou da próxima. O que está por trás dos nutrientes e do sabor de cada combinação que você leva à boca? Há muito mais tecnologia embarcada do que muitos imaginariam num primeiro momento.
Para entender melhor qual o papel da tecnologia no sofisticado sistema de produção de alimentos, a StartAgro foi conversar com Mateus Mondin, professor do Departamento de Genética da Escola Superior Luiz de Queiroz (ESALQ), de Piracicaba, uma das principais universidades de ciências agrárias do Brasil.
“Numa semente, há muito mais tecnologia embarcada do que em qualquer equipamento de informática, como smartphones, tablets ou computadores”, diz Mondin, também presidente do conselho deliberativo da ESALQTec, a incubadora tecnológica da universidade paulista.
Trator conectado
Para ilustrar, Mondin cita o caso de um trator numa fazenda. Conectada a um satélite, a máquina está repleta de sensores que captam a quantidade de água contida na semente transportada. E, com base nisso, ela calcula quanto tempo será necessário para cada grão secar.
O silo onde os grãos serão armazenados, por sua vez, é controlado por sistemas, que foram analisados na universidade, cuja função é assegurar a boa qualidade do alimento.
Além disso, Mondin observa que o grão, para ser cultivado, depende de uma série de processos de produção que passam pelo modo como se aduba à maneira como se conduz a planta e a colheita.
“Se traçar um mapa de toda a tecnologia aplicada até a semente chegar ao seu prato, você vai ficar impressionado”, diz.
“Quando você come, você mastiga tecnologia”.
Neste post, conforme é possível acompanhar em dos vídeos, o Mondin também analisa como a tecnologia pode ser decisiva no desafio de assegurar a alimentação de uma população, em poucas décadas, deve chegar a nove bilhões de pessoas.
Nos próximos dias, a StartAgro publicará outras partes da conversa com Mondin, que falará sobre o AgTech Valley, que procura conectar todo o ecossistema de inovação e tecnologia da região de Piracicaba, e de sua visão sobre o atual modelo de investimentos em startups.
Confira abaixo o primeiro vídeo da entrevista com o professor Mateus Mondin.
1 – Quanta tecnologia existe numa semente?
2 – A tecnologia e o desafio de alimentar 9 bilhões de pessoas