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Marcos Leta, o homem que desafia os gigantes da carne

Com a startup Fazenda Futuro, o empreendedor carioca encara a poderosa indústria de proteína animal

Por André Sollitto

O anúncio, de página inteira, tinha alvo explícito: a Marfrig, uma das maiores empresas de proteína animal do mundo, controlada pelo empresário Marcos Molina. E o texto, publicado nos grandes jornais brasileiros no início de agosto passado, trazia uma clara provocação: “Maior produtora de hambúrguer animal do mundo, bem-vinda. Essa é uma mensagem do futuro. E viemos contar como está tudo por aqui. O mundo não pertence aos gigantes, mas aos transformadores. Aqui no futuro, não é sobre ‘diversificar os negócios’. É sobre preservar a diversidade do planeta. Não adianta falar em desenvolvimento sustentável, matando boi e usando mais recursos naturais. Porque se você é parte do problema, você não pode ser a única solução”.

Assinada pela Fazenda Futuro, uma startup criada para produzir alimentos a partir de proteínas vegetais, a peça respondia a outro anúncio veiculado dias antes, em espaço semelhante, pela Marfrig. Nele, a multinacional brasileira do setor de carnes informava um lance surpreendente: a produção de um hambúrguer à base de vegetais, em parceria com a ADM, uma das maiores processadoras agrícolas e fornecedoras de insumos do mundo. “Só a maior produtora de hambúrguer do mundo, que atende os clientes mais exigentes, pode produzir em escala hambúrguer vegetal com sabor animal”, dizia a publicidade da Marfrig.

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Foi a deixa que o empreendedor carioca Marcos Leta esperava para uma grande jogada de marketing. Como um Davi encarando um Golias do mercado de alimentos, o fundador da Fazenda Futuro entrou na arena. Colocou-se na posição de inovador e iniciou um bom combate – encarar um gigante, bem maior do que você, é sempre um risco, mas bem menor do que perder uma disputa para um rival inferior. “Na verdade, a gente só está seguindo com o nosso propósito de empresa, que é mudar o sistema e oferecer uma alternativa à carne de origem animal que é produzida hoje. Se é uma empresa que diversifica o produto, mas no final do dia seu core business continua outro…”, disse Leta, dias depois, à PLANT. Não convém subestimá-lo. Com poucos meses de atuação, a Fazenda Futuro já faz barulho, a ponto de se sentir no direito de “peitar” uma potência do agro.

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