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Nanossatélite vai monitorar a produção agropecuária a partir de 2020

Projeto da Visiona em parceria com a Embrapa será o primeiro desenvolvido pela indústria, com fins comerciais

Lançado em maio do ano passado, o satélite SGDC, primeiro satélite geoestacionário brasileiro, promete resolver a falta de conexão de qualidade no campo. Em breve, outro projeto espacial vai monitorar a produção agrícola a 600 quilômetros de altitude. O VCUB1, desenvolvido pela Visiona, subsidiária da Embraer com atuação na divisão de defesas e segurança, será o primeiro nanossatélite desenvolvido especificamente com fins comerciais. Seu lançamento está previsto para 2020.

Um acordo foi firmado entre a Visiona e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que deverá desenvolver algoritmos que permitirão interpretar o dados captados pelo VCUB1. Será possível identificar áreas mais ou menos produtivas ou conectar maquinário equipado com internet das coisas, a comunicação entre as máquinas, levando o sinal a regiões remotas, entre outros usos. Sua atuação fará com que a agricultura brasileira finalmente entre na era do Big Data.

O VCUB1 dará uma volta na Terra a cada 90 minutos. É chamado de nanossatélite justamente pelo seu tamanho: são apenas 10 quilos, contra sete toneladas do SGDC. Existem outros projetos de nanossatélites sendo feitos no País, como o Itasat, do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), mas este é o primeiro criado pela indústria e o mais avançado de todos, dotado de sensores capazes de coletar um grande volume de informações.

A Visiona, criada em 2012 para executar o projeto do SGDC, planeja uma constelação com outros oito nanossatélites além do VCUB1, capazes de, juntos, monitorarem qualquer canto do Brasil com uma periodicidade diária. A empresa é uma joint venture da Embraer Defesa, que detém 51%, e da Telebras. Ainda representa uma pequena parcela do faturamento da Embraer, com receitas entre R$ 15 milhões e R$ 40 milhões.