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O exemplo que vem do campo

Evento discute o futuro do agronegócio, destaca as inovações aplicadas nas fazendas e reforça o papel vital da sustentabilidade para o desenvolvimento do setor

       O agronegócio brasileiro é, acima de tudo, uma ilha de excelência. Além da extraordinária riqueza produzida no campo – em 2020, sua contribuição líquida para a balança comercial do país chegou a US$ 87,8 bilhões, um recorde –, ele se destacou nos últimos anos pela elevada capacidade de inovar. Sistemas de gestão integrados, uso da robótica, inteligência artificial no monitoramento das lavouras, aplicativos que controlam o cultivo e a colheita, redes de satélites e muitas outras ferramentas digitais fizeram das fazendas referências em tecnologia avançada. Por si só, essa característica já seria motivo de orgulho, mas ela vai além. A tecnologia tornou-se parceira indispensável da questão mais urgente para o futuro do planeta: a sustentabilidade. É graças a ela que as fazendas produzem mais em áreas menores, é a tecnologia que permite ao mesmo tempo alimentar bilhões de pessoas e preservar os inestimáveis recursos naturais.

Essa foi a principal premissa do evento online “Agrotech: o futuro da indústria que alimenta o mundo”, realizado em março. Organizado pela SAP Brasil em parceria com o WTC São Paulo Businesss Club, o encontro contou com o patrocínio da Intel Corporation e apoio da PLANT.

Entre os participantes estavam nomes de destaque do agronegócio e do universo corporativo brasileiro, como Adriana Aroulho, presidente da SAP Brasil, Fernando Degobbi, presidente da Coopercitrus, Fernando Brocaneli, CIO da Bunge, e Plinio Nastari, fundador e presidente da DATAGRO.

Para Adriana Aroulho, a sustentabilidade irá nortear o futuro do agronegócio – e a tecnologia terá papel fundamental nesse caminho. “As práticas sustentáveis estarão mais presentes na medida em que novas tecnologias forem incorporadas aos sistemas de produção” disse a executiva.

“É por isso que essa indústria é tão importante e estratégica para nós.” A SAP está no Brasil há 25 anos. Nesse período, deu notáveis contribuições para tornar as empresas do setor agroindustrial mais inteligentes e eficientes.

Não faltam bons exemplos. Entre outros atributos, seus softwares permitem a rastreabilidade da cadeia de suprimentos, seus aplicativos conectam agricultores a grandes empresas e suas soluções são capazes de controlar todas as despesas relacionadas à atividade agrícola.

“Empresas inteligentes são aquelas que olham para o crescimento sustentável”, reforçou Adriana. “Isso é ainda mais verdadeiro no agronegócio.” Não à toa, a SAP tem colecionado resultados expressivos no Brasil. Em 2020, em plena pandemia, a área de soluções da empresa cresceu acima de três dígitos, um marco em sua trajetória no país.

Os parceiros de negócios da SAP ressaltam o papel vital da tecnologia em suas operações. Uma das maiores cooperativas do Brasil, com 38 mil associados, a Coopercitrus atribui parte do crescimento médio de 20% ao ano na última década ao uso eficaz das tecnologias agrícolas.

“Um de nossos maiores desafios é levar a inovação para dentro da porteira”, afirmou Fernando Degobbi, presidente da Coopercitrus. “Felizmente, e com o apoio da SAP, fomos bem-sucedidos nesse propósito.”

De fato, a parceria tem sido produtiva. No ano passado, a cooperativa lançou o Projeto Germinar com o objetivo de unificar os dados de suas operações em uma única plataforma. Para tornar a iniciativa possível, foi escolhido o sistema SAP S/4HANA, desenvolvido pela SAP. Graças a ele, hoje a Coopercitrus tem uma visão completa do relacionamento do cooperado com suas diversas áreas de negócios e pode fazer o acompanhamento de dados em tempo real, algo vital em mercados cada vez mais dinâmicos.

“Com a ajuda da tecnologia, o cooperado descobre que seus produtos e serviços têm muito mais valor”, disse Degobbi, que destacou também o fato de seu time de colaboradores contar com 110 especialistas da área tecnológica, quase o dobro de um ano atrás.

A inovação é uma busca permanente. Atualmente, a Coopercitrus conta com 50 mil propriedades georreferenciadas, mas esse número provavelmente será maior até o final do ano diante do crescente interesse dos associados. A transformação digital da cooperativa foi acelerada pela pandemia. Em 2020, seu tradicional evento anual, o Coopercitrus Expo, foi 100% online, o que não foi um impedimento para que movimentasse R$ 1,1 bilhão em negócios.

A Bunge, uma das maiores tradings mundiais de commodities agrícolas, também marcou presença no evento “Agrotech: o futuro da indústria que alimenta o mundo”. Segundo Fernando Brocaneli, CIO da empresa, a digitalização em geral e a parceria com a SAP em particular têm contribuído para tornar a operação mais eficiente.

A Bunge utiliza soluções da SAP em diversas partes do mundo, mas customizou algumas delas para o mercado brasileiro. Entre as iniciativas apontadas pelo executivo estão a gestão da logística de cargas e a rastreabilidade das commodities – é aí que a sustentabilidade entra em cena.

“A rastreabilidade assegura aos nossos clientes e parceiros que os produtos da Bunge não têm, por exemplo, qualquer relação com desmatamento”, afirmou Brocaneli.

A tecnologia permeia todas as áreas de negócios e é um elemento indispensável na nova era digital. Nesse contexto, Brocaneli lembrou o papel vital da SAP para a integração de processos e sistemas. Até 2017, a Bunge tinha um modelo de negócios descentralizado na América do Sul. Depois disso, a companhia decidiu unir as operações de Brasil, Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai – e precisou da SAP para realizar a junção. “Fizemos a completa integração sem sustos ou sobressaltos”, disse Brocaneli.

Poucos países têm tantos motivos para celebrar o agronegócio quanto o Brasil. Plinio Nastari, fundador e presidente da consultoria agrícola Datagro, destacou não apenas o impressionante vigor econômico do setor, que tem quebrado sucessivos recordes no país, mas também a sua inegável vocação para preservar o meio ambiente.

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Basta olhar com atenção alguns indicadores para entender como o agronegócio protege o planeta. Nos últimos 45 anos, lembrou Nastari, o etanol, menos poluente e mais sustentável, substituiu 3,3 bilhões de barris de gasolina. Isso, ressaltou o especialista, representou uma economia de US$ 261 bilhões no período.
       Sob qualquer ângulo – econômico, ambiental ou tecnológico –, o agronegócio é, de longe, a principal referência do Brasil, e provavelmente continuará sendo por muitos anos. A agricultura brasileira caminha para se tornar a maior fornecedora de alimentos para o mundo, o que por si só é algo tão fantástico quanto desafiador.

A boa notícia é que o Brasil está bem preparado, e isso deve-se sobretudo à participação ativa de empresas como SAP, Coopercitrus, Bunge, Datagro e muitas outras. Juntas, elas tornam o agronegócio brasileiro mais tecnológico e, por isso mesmo, sustentável. Não há outro caminho. “Estamos de mãos dados com o futuro”, resumiu Adriana Aroulho, presidente da SAP Brasil.