O plano da Vivo para conquistar o agronegócio
Após aporte na startup IoTag, a operadora quer desenvolver uma plataforma de agricultura digital
Maior operadora de telefonia móvel do Brasil, a Vivo tem direcionado seu olhar sobre o agronegócio nos últimos tempos. Neste ano, em parceria com a Ericsson e a Raízen, lançou o desafio Agro IoT Lab, que selecionou startups para que elas desenvolvessem soluções de conectividade e internet das coisas para o campo. Representantes da empresa têm visitado eventos destinados ao setor, como o Strider Day, para falar de conectividade rural. Na semana passada, a Vivo anunciou um investimento de cerca de R$ 500 mil na IoTag, uma das selecionadas para o desafio de startups. O objetivo do aporte é o desenvolvimento de uma plataforma de agricultura digital na nuvem que será alimentada pelos dados captados pelos equipamentos de telemetria da agtech. A plataforma tem até data de lançamento: será apresentada.
A IoTag, empresa por trás desse ambicioso plano da operadora, é bastante recente. Foi fundada no final de 2017 pelo CEO Jorge Leal, empreendedor com experiência no setor. Antes da IoTag, criou a Agres, pioneira em agricultura de precisão. Decidiu continuar na mesma área, mas passou a desenvolver dispositivos de telemetria. No início, entrou em contato com a CNH, que precisava de um sistema para automatizar a linha de produção de seu maquinário. O teste foi positivo e a IoTag ganhou visibilidade. O empreendedor passou a frequentar o Pulse, hub de inovação da Raízen em Piracicaba, em meio ao chamado AgTech Valley, e percebeu que sua solução poderia ser adaptada para o campo.
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No início deste ano, a IoTag foi anunciada como uma das startups selecionadas para o desafio Agro IoT Lab. A agtech apresentou um projeto para tratores conectados que capta informações em tempo real identificando o uso indevido de combustível e reduzindo o desperdício em até 10%. “A principal vantagem da nossa sua solução é sua versatilidade. Já testamos o dispositivo em maquinário agrícola, na construção civil, em linhas de produção. Ele também é facilmente personalizado para atender às demandas dos clientes”, diz o empreendedor.
A IoTag é tão recente que sua solução, por enquanto, só foi comercializada de maneira experimental. Foram 120 dispositivos vendidos, mas o modelo de negócios deve mudar em breve. “Nosso projeto é criar um sistema de assinatura, em que o pagamento é feito de maneira recorrente. Não cobraremos pelos dispositivos”, afirma Leal.
Com o aporte, a startup conseguiu ampliar sua equipe. São 12 pessoas que trabalharão para conseguir apresentar a nova plataforma de agricultura digital da operadora na Agrishow do ano que vem. “Com a associação com a Vivo esperamos conseguir uma escala relevante em breve”, diz Leal.