Pandemia acelera a digitalização do campo
Por André Sollitto e Romualdo Venâncio
Diferentemente de uma significativa parte da população brasileira, o produtor rural não teve a opção de trabalhar em home office para se proteger e evitar a propagação da Covid-19. Seu escritório é junto às lavouras e às criações, então a solução foi adotar todas as medidas preventivas necessárias e ir a campo. Quem está direta ou indiretamente envolvido com sua rotina também entrou nesse batidão – fornecedores de produtos e serviços, assessorias técnicas, consultorias, instituições de ensino, organizadores de eventos e tantos outros. Como consequência desse esforço coletivo, houve forte aceleração no processo de digitalização do agronegócio. A tecnologia se tornou a melhor saída para encurtar as distâncias, otimizar o tempo, reduzir custos, aproximar gerações e reafirmar a capacidade de resiliência do meio rural.
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Essa progressão já vinha sendo intensificada, de acordo com a sétima edição da Pesquisa Hábitos do Produtor Rural, realizada pela ABMRA (Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio), em parceria com o Informa Economic Group (IEG/FNP), e divulgada em 2017. Entre os mais de 2,8 mil entrevistados, 96% tinham celular, dos quais 61% eram smartphones. Sobre a exposição aos meios de comunicação, 42% confirmaram ter acesso à internet. E desses, quase que a totalidade (96%) usava o aplicativo de mensagens WhatsApp, 67% a rede social Facebook e 24% o YouTube. Outro dado significativo mostrou um lado mais conservador que já deve ter sido alterado durante a pandemia: 53% dos entrevistados com acesso à internet afirmaram não ter feito cotação pelos meios digitais.
Três anos depois, novo estudo pela consultoria McKinsey aponta que 85% dos entrevistados usam o WhatsApp diariamente para resolver assuntos ligados à agricultura, mesmo nos grupos de menor alfabetização. E 71% usam canais digitais para questões ligadas à fazenda. A mesma pesquisa indica que um nível de digitalização maior entre produtores rurais brasileiros do que entre os americanos.
Leia a reportagem completa no site da revista Plant Project