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São Paulo quer se tornar um modelo global na área de alimentos. Será que vai conseguir?

A cidade paulista vai servir de exemplo, junto com Londres e Nova York, para uma série de práticas que promovem a economia circular

São Paulo vai participar de uma iniciativa de sustentabilidade com duração de três anos focada em resolver grandes problemas da cadeia produtiva de alimentos, como desperdício e segurança alimentar. Lançado hoje, em Estocolmo, na Suécia, pela Ellen MacArthur Foundation, organização britânica que promove iniciativas de economia circular, o projeto conta com outras duas cidades emblemáticas, Nova York e Londres, à frente das mudanças, e conta também com a participação de empresas como Danone e Nestlé, e é financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, de Portugal, focada em arte, bem-estar social, ciência e educação.

A iniciativa surge após a divulgação do relatório “Cidades e a Economia Circular da Comida”, feita em janeiro, durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. O documento elaborado pela fundação Ellen MacArthur aponta que até 2050 quatro quintos de toda a comida do mundo será consumida em cidades, e a economia circular poderia ajudar a reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa – o equivalente a retirar um bilhão de carros das ruas, de acordo com a estimativa da fundação.

O conceito de economia circular promove a adoção de práticas que reduzam a necessidade de extração de recursos finitos e regenerem sistemas naturais. A iniciativa parte de três linhas para promover a economica circular: adquirir alimentos produzidos de maneira regenerativa e, quando fizer sentido, localmente; aproveitar os alimentos ao máximo; e desenvolver e comercializar produtos alimentícios mais saudáveis.

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“Estamos empenhados em garantir a qualidade da comida a todos os paulistanos e promover políticas de desenvolvimento sustentável. A cidade de São Paulo acredita que a economia circular é uma alternativa possível ao desperdício e à poluição do sistema produtivo atual”, afirma o prefeito, Bruno Covas.

Além de São Paulo, Londres e Nova York, outras 20 cidades participam da iniciativa. Outras empresas também se comprometeram a desenvolver soluções sustentáveis, incluindo a francesa Novamont, responsável por produzir plásticos biodegradáveis, e a norueguesa Yara International, especializada em fertilizantes.

“Cidades podem catalizar o impacto muito além de suas fronteiras. O objetivo final é conectar as pessoas com a comida, uma relação poderosa que corre o risco de se perder com o tempo”, diz Emma Chow, responsável por liderar o projeto, em entrevista ao site Food Dive.