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Syngenta lança sua nova estrutura de agricultura digital no Brasil

Na semana passada, a Syngenta anunciou a criação da Syngenta Digital, o braço de agricultura digital da gigante. A estrutura concentra todas as soluções desenvolvidas pela empresa e pelas startups que adquiriu nos últimos anos, incluindo a brasileira Strider. Essas agtechs deixam de existir individualmente e seus produtos e ferramentas ficam agrupados na nova plataforma Cropwise. Em conversa com jornalistas, Ronaldo Giorgi, head de agricultura digital da Syngenta para o Brasil e a América Latina, e Henrique Agostinho, Líder de Desenvolvimento de Produtos da Syngenta Digital no Brasil, explicaram um pouco do funcionamento dessa estrutura.

De acordo com Ronaldo, a decisão de reunir todas as soluções e startups sob uma única plataforma foi a maneira que a empresa encontrou de otimizar toda a gama de soluções disponíveis. “Com essa conexão, um produto desenvolvido para uma geografia pode ser testado em outra. “Antes, havia um time de desenvolvedores só para o Brasil. Agora, existe um time que olha para as oportunidades de forma global, tentando adaptar as soluções para que elas sejam usadas no mundo inteiro”, afirma o executivo. “É um movimento natural de encontrar um caminho tecnológico capaz de juntar isso tudo e começar a promover o valor que antes era inalcançável, porque as ferramentas estavam separadas”, complementa Henrique.

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O Brasil foi escolhido como o primeiro mercado para o lançamento da estrutura. E a plataforma Cropwise chega com dois produtos: o Protector, focado no manejo integrado de pragas, e o Imagery, um sistema de gestão e análises de imagens de diversas fontes, como drones, satélites e aviões. 

A estratégia da Syngenta Digital também será atingir pequenos produtores que ainda não tem acesso a ferramentas de agricultura digital. “Se olharmos para o agro brasileiro há três anos, só os grande players, como Amaggi e SLC, investiam em agricultura digital”, diz Ronaldo. “Desde então, houve um movimento de difundir essas tecnologias, e passamos a trabalhar com produtores de médio porte. Agora, queremos atingir os menores, porque eles de fato fazem um trabalho bastante forte e representam muito o agro brasileiro. E vamos fazer isso por meio de parcerias com nossa rede de distribuição, com as revendas e as cooperativas”, afirma.

De acordo com Ronaldo, a pandemia pode ter contribuído para essa mudança de mentalidade, por conta da necessidade de encontrar outras maneiras de trabalhar. “O agro foi menos impactado, em comparação com outros setores. O que essa crise sanitária fez foi acelerar a adoção de algumas tecnologias”, diz ele.