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World Agri-Tech South America Summit: as novas tendências em alimentos inovadores

As mudanças nos hábitos dos consumidores oferecem grandes oportunidades para o agronegócio, principalmente para empresas interessadas em desenvolver alimentos inovadores. Esse foi o tema do debate de encerramento da primeira edição do World Agri-Tech South America Summit, que aconteceu na quarta-feira (29) e na quinta-feira (30) de forma totalmente digital. O painel reuniu representantes da indústria de alimentos e empreendedores.

O poder de decisão do consumidor foi uma das tendências que identificamos na reportagem Agrotrends, na Plant Project. E para ilustrar um pouco de como essas demandas são capazez de ditar os rumos da indústria Oswaldo Nardinelli, da divisão de soluções para comidas e bebidas da britânica Tate & Lyle deu o exemplo da própria companhia. Fundada há 160 anos, a Tate & Lyne se dedicava principalmente ao refino de açúcar. Durante muito tempo, foi a maior fornecedora do mundo. Desde a década de 1970, no entanto, mudou sua atuação, vendeu a divisão de açúcar e passou a produzir outros ingredientes para a indústria de alimentos. Hoje, sua matéria-prima é o milho, usado em produtos com maior valor nutricional. 

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Nessa tendência de alimentos inovadores entram também todas as proteínas alternativas, feitas em laboratório ou à base de vegetais, de carnes a substitutos do leite. A vantagem é que elas produzem algo que os consumidores já desejam. É o que diz Gary Brenner, da agtech israelense Aleph Farms. A empresa produz bifes em laboratório a partir de células animais, dispensando o abate. “Acredito que estamos falando não apenas de um episódio, de algo passageiro. A carne que desenvolvemos será parte do futuro. Estamos caminhando para poder atender às demandas culinárias de consumidores nos Estados Unidos e na América Latin”, afirma.

A tecnologia também permitiu à foodtech chilena NotCo produzir uma gama de produtos, todos à base de vegetais, usando um algoritmo que identifica os componentes químicos capazes de gerar sabores específicos. “Quem diria que a combinação de alface e abacaxi poderia reproduzir o sabor do leite?”, brinca Matias Muchnick, CEO e fundador da empresa. Eles produzem hambúrguer, leite, maionese, sorvete e outros produtos, tudo à base de inteligência artificial. E diversos deles estão disponíveis no Brasil. Agora, o objetivo da startup é expandir sua atuação para os Estados Unidos, sempre produzindo localmente.

É claro que nem toda a tecnologia do mundo adianta se o sabor não for bom. No fim, a comida tem que ser simplesmente gostosa. E, de acordo com Mattias, barata. “A Covid-19 mudou a perspectiva dos consumidores também na questão de limitações de orçamento. Se queremos que a nossa companhia se torne ‘mainstream’ temos que entender a situação econômica mundial e oferecer um produto com preço competitivo”, afirma.